logotype

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Lázaro Mariano

 

 

 

 

A cidade de Piumhi MG abrigava, nas décadas de 60/70, grupos de caipiras, congadeiros, foliões, que apresentavam uma forte característica herdada da música do interior paulista e mineiro, uma vez que o que se ouvia nos rádios de pilha daquela época eram programas como José Béttio (Rádio Record SP), José Russo (Rádio Record SP), Delmário é o espetáculo ( Rádio Inconfidência de BH), etc. Era a década da MPB no Brasil, a música caipira não tinha um lugar ao sol.  A música, ao lado da literatura, do teatro e das artes plásticas, estava inserida numa busca de estéticas inovadoras, em contrapartida, a música caipira era ouvida nos programas executados na calada da noite.  A música caipira fazia emergir uma produção própria e original, transformando-se num laboratório em que a fusão de diferentes manifestações resultaria em espetáculos de propostas inovadoras.

 

Nessa atmosfera iniciou-se a trajetória do caipira cantor Lázaro Mariano, vencedor de três festivais de música caipira na cidade de Piumhi MG, nos anos de 1990, 1991, 1992, consecutivamente. Foi finalista de outro festival de música regional em 1991 na cidade de Capitólio MG.

 

Os bailes de lona nos interiores mineiros, nas cidades de Vargem Bonita, São Roque de Minas, Guapé, Pratápolis, Itaú de Minas, era à época ponto de encontro de jovens caipiras. Foi no ambiente doméstico que Lázaro Mariano teve contato com a viola caipira, o violão caipira, o cavaquinho de folia, ouvindo clássicos da música caipira num rádio de pilha junto ao seu irmão que o ensinou a tocar logo aos 5 anos de idade. Alguns dos nove irmãos do cantor também estavam envolvidos com a música. Num rancho de adobe e telhas de barro, sobre uma mesa talhada a machado, ficava uma radiola velha e discos de Léo Canhoto e Robertinho, Zilo e Zalo, Brazão e Brazãozinho, Trio Parada Dura, Delmir e Delmon, Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco entre outros. De um lado, a tradição; na outra ponta, a vontade de um menino de superar a morte de seu pai através da música. Essa dicotomia marca registrada do trabalho do cantor, já se fazia notar em suas primeiras apresentações na cena musical de Piumhi, onde estreou ainda criancinha, nos comícios realizados na cidade, onde ganhou como primeiro prêmio pela apresentação, um livro. Um presente que veio dar um empurrão em seu sonho de professor e músico, futuramente.

Lázaro Mariano teve oportunidade de conhecer violeiros experientes dos interiores das Minas Gerais. Essa convivência reconheceria posteriormente o cantor, foi fundamental em sua formação. Lázaro Mariano experimentava gravações em estúdios e participações em outros festivais – Festival da Globo, Festival da Alterosa, Festival Prêmio Visa em São Paulo.

 

Em busca de novos horizontes, Lázaro Mariano fez uma apresentação no Programa Viola Brasil, apresentado na TV Horizonte pelo grande violeiro e pesquisador Chico Lobo em março de 2005, sendo reprisada na STV, TV Aparecida e na própria TV Horizonte. O cantor desenvolveu e ainda desenvolve trabalhos com a música nas escolas por onde passa, fazendo oficinas de construção de instrumentos de percussão com materiais alternativos, contando a história da música caipira, causos, como é construída a viola e como veio parar no Brasil, dentre várias outras apresentações que faz quando do convite das escolas em datas comemorativas. Produzindo e arranjando suas próprias canções prepara um CD que anexa ao  projeto “Identidade Caipira”, aprovado pela Lei Municipal Noemi Gontijo, em Betim MG

 

 

 

 

A Casa dos Violeiros parabeniza o seu excelente trabalho

Cleber de Carvalho  

Cleber Vianna

 

2024  Casa dos Violeiros